domingo, 18 de novembro de 2012

Ciclo

Penso e repenso
Na culpa que me confunde
Acusei inocentes, imenso...
Agora a culpa que me inunde
Agora torpe
Imundice para onde me afastei
Agora a morte...
Absorvo o Inferno d'onde não retornarei
Tísico fogo ardente a dançar
Sopro, sopro, sopro
Arde mais forte, morro
De ânsia, não pares de queimar
Consome-me a alma
Devora-me o espectro, demónio!
Dor que me acalma
Tremores assassinos, escárnio
Milícias pacíficas
Pérfido culminar
Torturas rítmicas
Obras míticas
Devasso pensar
Admiro teus lentos movimentos
Escondido nas trevas deste poço
Paciente, olhos penetrantes, atentos
Até ao exacto momento de te caçar os lamentos
Pelo pescoço!...

S. Rodrigues

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