domingo, 11 de novembro de 2012

(Des) Embarcado

Clamo musas invocadas
Às mais humildes imploro...
Vós, de túnicas torpes e rasgadas
Rogo o mínimo num desaforo
Contido, em vossas sardas
Onde cantam lágrimas em coro
Onde minhas intenções refutadas
Maculam vossas faces rosadas
Deviam tais descer imaculadas
Em meu logro por vosso choro
Viveria de vossas palavras
Num destilado raro soro...

Sofro!
Neste ínfimo porto sem cais
Só com um solitário barco atracado
Tão só... Sensível a toques termais
Esperando apenas a ser navegado
Afectado por vossas libertações lacrimais,
Atolado, alagado, afundado...
Nostálgico nas águas que já não profanais
Saudade da lais
Sonhando com os que agora remais
Pois não há sustentáculos num "velejado"
Nem tampouco acessos pedonais
Em restos d' um barco abandonado!...

Sérgio Daniel Rodrigues (em prol de passarinhos esvoaçantes)

Sem comentários:

Enviar um comentário