quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mefítico

Vou partir numa demanda
Em busca da minha destruição
Devasso aroma a lavanda
Banhar-me na lava do teu vulcão
Doce ardor, enxofre flamejante
O calor na minha pele, regozijante
Movimento pélvico incessante
Prazer e dor, ah... Mulher de Dante

Vou enfrentar teus pecados mortais
Alegrar-te, magoar-te, até me imortalizar
Nas tuas oásicas vulcânicas águas termais
Macular-te, bajular-te, até me controlar
Não imaginas o louco que sou
Imaginas, não sabes o que sobrou
Da demência casta que agora voou
Num ténue sopro que a fuzilou...

E a enterrou em campas nobres
De lápides rudimentares e pesadas
Circundada d'almas podres e pobres
Sedentas de tuas carnes trespassadas
Pelos dentes destes entes brutos, obscuros
Decrépitos, mas leais, de olhos vagos e escuros
Temidos pelos mortais, mesmo pelos mais duros
Vê-los-as cientes perante ti... Pesadelos puros!...

Sérgio Rodrigues


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