quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Auto-(re)Trato

Amaldiçoado aquele
Que caminha ermo
Insensível à dor na pele
Pravo estafermo
Envolto numa aura de fumo
Sempre tão negra
Sempre sem rumo
Fugindo à regra
Do seu próprio labirinto
Apaziguando mágoas
Em ópio e absinto
Por vezes em tábuas
Reflectoras d' adrenalina...
Acompanhado pela escória
Pobretão sem sina
Indigente sem história...

Ele é quem esmiúça a violência
Procurando a calma
Ele vendeu a inocência
Ele vendeu a alma
Apenas pelo pensamento
Um pequeno traço libertino
Levou-o o contentamento
D' um Lúcifer assassino
Carrasco corpulento
Prometeu-lhe infinito prazer
Em tudo foi falso
Mas ele é falso poeta
Não quer nem nunca quis saber
Sempre caminha descalço
Por desviada via incerta
Amedrontado pelo ser
Pereceu ao nascer!...

Sérgio Rodrigues

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