quarta-feira, 17 de abril de 2013

Desafogo ao espelho

Quem violou meu ser
Dá-me ganas de matar
E querer morrer
Faz-me querer violar
Meu corpo ao espelho
Cravar poemas num qualquer órgão
Interno, e decrépito, velho
Poder ver.me corroer com' um acordeão
Comum acordo! Num monólogo
Abrir-me por metade
Prezar a farsa do diálogo
E logo, sentir saudade
Sei o que sou
Sou aquilo que controlas, quando descontrolada
Sou o que te dou
Sou o que sou, ser sem ti, não sou nada
E contigo nada sou

Foda-se, ameaço suicidar-me
Longe de ti, meus olhos debilitados
Nem coragem têm de matar-me
Por tanto amar, desejar morrer em teus braços
A minha vida é um recuo
A maior dádiva de merda
A mais bela dádiva que possuo
Meu maior ganho, minha maior perda!
Até o meu demónio interior
Se ri das minhas decisões
Que me chupe a piça até mudar de cor
Que me acaricie os colhões
Sou um filho da puta
Único e o menos querido
Rebento da labuta
D´um demónio ungido
E de um anjo caído
Apendicular à escória
Libertino desregrado
Não me lembra a memória
A quem me cedesse de tão bom grado!...

Sérgio Rodrigues

2 comentários:

  1. parabéns bird... esta mesmo bonito, o sentimentos que provocas quando se esta a ler é desconcertante :) keep with the good work ;)

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  2. sinto-me lisonjeado xD era mesmo esse o intuito, gracias xD

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