domingo, 7 de abril de 2013

Não sei apenas ser...

Foram tantas
Noites passadas
Em branco, claras
Quantas
Me vieste aconchegar
Temo a morte negra
Temo que lhe falte força p' ra me matar
Toma, pega pega, a regra
Do desregrado
Falso poeta desumano
Amado
Pelo acaso do desengano

Talvez em ti pense
Quando chorar, uivar à lua
Talvez repense
Em poder profanar-te, nua
Ou imagine tu' cara
A alguém que assim me apresente
Talvez o sinta em tara
Talvez grite por ti, quando doente
Talvez risque as letras
Escritas, ou nunca mais escreva
Talvez cobre pedras
D' algo que ninguém me deva
Talvez sonhe em sonhar
Sem conseguir
E a dormir
Sonhe amar
Ser um existir

Talvez tente ser tentado
Pelos demónios da imaginação
Talvez tente vingar alado
Talvez não
Tente sequer tentar
Sequestrar a menina de face bordada
Que me fez parar de pensar
Talvez tente furtar seu baloiço e nada
Me fará parar p´ra pensar
Talvez me suicide
Talvez morra a tentar
Talvez me ludibrie
A não mais te contemplar
Se lutar pelo vento
E me tornar cinzento
Talvez pela vida não possa lutar

Servo Rodrigues

Sem comentários:

Enviar um comentário