Em conversa com meu
Imo intrínseco demónio interno
Incidi no pavor seu
E seu inferno me foi terno
Meu cônjuge de conjuntura
Com sorte consorte
Perguntou na mesma altura
- "Não temes a morte?"
Indagou calado meu responder
Defronte de meu ar absorto
- "Porque a teria de temer
Se nem lugar tenho onde cair morto?"
Sou o que o mundo me gerou
Sou o que dele faço
Luz cósmica, éter, que pugnou
Soçobrado no espaço
Sou sobras de restos
Sobejo de nímio
Sou beijo de funestos
Dejectos de símio
E nem sou obra
Só sobra ser comido
Por uma cobra
Uma naja! Nojo! Ser expelido
Até ao Caronte, Obnubilação!
- "Óbolo ou alma por viajante"
- "Nem na algibeira nem na mão"
Sem índole de réu, cem anos errante!...
Sérgio Rodrigues
Sem comentários:
Enviar um comentário