terça-feira, 28 de maio de 2013

ISTO É O QUE SOU (quem sou eu?)

Em conversa com meu
Imo intrínseco demónio interno
Incidi no pavor seu
E seu inferno me foi terno
Meu cônjuge de conjuntura
Com sorte consorte
Perguntou na mesma altura
-  "Não temes a morte?"
Indagou calado meu responder
Defronte de meu ar absorto
- "Porque a teria de temer
Se nem lugar tenho onde cair morto?"

Sou o que o mundo me gerou
Sou o que dele faço
Luz cósmica, éter, que pugnou
Soçobrado no espaço
Sou sobras de restos
Sobejo de nímio
Sou beijo de funestos
Dejectos de símio
E nem sou obra
Só sobra ser comido
Por uma cobra
Uma naja! Nojo! Ser expelido
Até ao Caronte, Obnubilação!
- "Óbolo ou alma por viajante"
- "Nem na algibeira nem na mão"
Sem índole de réu, cem anos errante!...

Sérgio Rodrigues

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