domingo, 25 de agosto de 2013

Sem acepção

Enrubesce em prece
Rupestre peste
Prezado agreste teste que tece
O tecido deste
Mundo de outrem
Outro trem intransponível
Canto, conto, contém
Quantos encantos! Nível
Inacessível, trespassar-te
Em volátil dano
Violar-te, domar-te, drenar-te
Espetar espartano
Esperto espectro
Em essência física, fecundar
Atroz acre retro
Modo de nos aramar
No mar, há mar!...
E ir sem voltar
Mais iró que ar
Papiro a par e par
Pára de pairar
E pira, inspira
Exclama, oneroso
É o Senhor dos Mares em ira!
Neptuno idoso
Ide em idem, dirá a sátira da lira...

AEDO

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ménage à trois

Tive que vislumbrar
O "El Dorado" em galegas terras
Após conquistar
Inexoráveis montes e serras
As servas que me reservem
Um lugar contíguo a elas
Que se sirvam e abusem
Das peculiaridades belas!
Que se prezem
Que cessem num mar de pérolas!

Conhecer tua voz
Foi como ter um "déjà vu"
Vindo de três corpos sós
Acompanhantes a nu
À "companha" dos homens
Que vos pescaram
Ventres e vaivéns
Se deleitaram
Se deliciaram
S' ornamentaram em redor do geta,
De si mesmos, duas musas, um poeta!
Infracção a três...
Como se pode sequer pecar errado?
Quando o pecado acusado originado
É da conta que Deus fez?

Nada é de minhas contas
Consta que daí lavo minhas mãos
No aprazer liquefeito de duas vulvas
Volvendo costas aos castos sãos
Desapreciadores dos desprazeres
Da vida, desprezem-me seres
Abjectos, quanto mais calúnias
Mais me espraio em plácidas
Carnais cândidas praias únicas,
Banhos dignos de Deusas Áticas!...

AEDO