sexta-feira, 21 de março de 2014

Ornithoptera Alexandrae

Oh, musa?...
Quanto custa amar alguém?...
No custa-abusa
Ser nota fusa, FUSA!...
A custo de ninguém
Um fusto de tusa
Imposto mais além
Na cabeceira do epitáfio
Um busto
E uma nota de cem
Sem sémen sáfio
Safado sáfaro
Um susto
De gente
Proibitivo semáforo
Somente
Exaurir!...
Esvair!...

E assim me vou exaurindo
Absorto no aziago fado
À topada por caminho inverso
Compungido em pobre verso!...

AEDO

segunda-feira, 17 de março de 2014

Ab-sinto

A minha musa é negra
E sorri... Tão belo sorrir
Desprovido de regra
Seduz-me o ser!...
Despida, faz-me vir!...
Sem querer
Ilumina-me tanto
Que me cega
Almejo o canto
Do meu coração enquanto
Ofega
Sôfrega pega
És tão perfeita quanto a perfeição
Minto!...
És mais perfeita ainda, és o não
Na negação
Do instinto!...

És a única que me resta
No resto do vinho tinto
Uma perdição!... A triste festa
De tequila e absinto
Que afaga o quinhão
A paga do meu "não-enlouquecer"
E imagino tua mão
Fazer-me estremecer de prazer
E a gemer
Ainda grito teu nome
À noite, lavado em choro!...
Não valho um estalo
Estalo de fome
Rebolo ressacando teu soro
Meu reino por um "cavalo"!...

Subsisto imerso
Visando teu olhar
Tua desejável tez
Morto em verso
Acoita.me deste turvo mar
Ou então abate-me de vez!...

AEDO