sábado, 27 de agosto de 2016

(Mini) Aborrecimentos

Meu querido blog, hoje germinou em mim uma vontade intrínseca de dissecar várias temáticas (im)pertinentes no âmbito de pequenos efémeros "agires incomodozinhos" que me maçam momentaneamente. Tendo total conhecimento de poder ser alvo de críticas e/ou impropérios das cerca de três pessoas e meia que possam por ventura e porventura vir a ler estas minhas humildes grafias, fá-lo-ei, mesmo assim.
Adiante! Enervam-me, de facto, pessoas que redigem num pequeno blog, páginas (particulares ou públicas) de redes sociais ou basicamente nalgum tipo de site compartilhado, como se se dirigissem a um daqueles diários pessoais trancafiados com informações comprometedoras, famosíssimos nas séries "teenager" dos anos noventa. Pois se produzem textos cujo conteúdo é de culto particular de nada podem protestar caso tais informações sejam partilhadas ou extraviadas.
Exasperam-me entes que definem percentualmente indivíduos recorrendo à utilização de numeração decimal, pois se desejam referir um certo e determinado padrão não podem descurar a consistência. Três pessoas e meia? Ou se mencionam espécimes humanos cabalmente ou mutilados, agora misturar ambos, não! Num avião podem viajar cerca de sessenta passageiros, quarenta por cento homens, cinquenta por cento mulheres e dez por cento crianças, já no despenhamento do mesmo podem ser encontrados quarenta e sete cadáveres e meio. Ou mesmo se em pleno voo existirem três vítimas de amputação, serão sessenta viajantes na mesma, porém apenas cinquenta e sete existem como portadores de corpo integral relativamente a, por exemplo, dois ponto sessenta e três pessoas, dependendo do corte da própria amputação e/ou do tamanho de cada toco.
Abespinham-me sujeitos que concordam com quaisquer premissas proferidas e logo de seguida demonstram desconhecimento essencial para a total compreensão das mesmas. Tomemos por exemplo aquando de minha afirmação numa conversação aprazível:
- "Já reparaste, por acaso, na semelhança não apenas física mas também expressiva de Jerry Seinfeld comparativamente a Ricardo Araújo Pereira? Quase podiam ser irmãos"
Ora atentemos à resposta:
- "Ahahah, engraçado, por acaso já... Quem é esse tal de Seinfeld?"
NÃO concordem com frases, carecentes de pensamento prévio, vá, atenção a isso!
Enfim, embravecem-me fulanos que se predispõem a ofertar juras de amor aos respectivos cônjuges que ao princípio parecem promessas extremamente românticas, mas que depois se vai a ver e afinal, não, nomeadamente algo do género, "ah, môr, se pudesse dava-te a lua!" Ou seja, dar-te-ia um satélite natural desprovido de atmosfera e vida, onde pudesses sufocar e falecer numa dor agoniante e terrível, devido à falta de ar respirável, ah, e sozinho, com todos os teus entes queridos a 384.400 km de ti. Ou por exemplo, "ai,môr, se pudesse oferecia-te todas as estrelas do universo", para que pudesses ser consumido pelo fogo e arder infinitamente pelos confins do cosmos, quase que dá a sensação de ser agradável, em vez disso, de ser enviado enviado para o inferno de Dante!
Preferia a condenação que Zeus concedeu a Prometeu, ao menos ele foi salvo por Hércules e Zeus era conhecido como furioso, irascível e implacável. Não prometam tais inépcias, obrigado!

Sérgio Rodrigues
   

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Nosomania por existir

Tempo, porque de volta
Não me levas?
Sara-me da ânsia, revolta
Re-volta à inexistência
Sem luz nem trevas
Cura-me da sapiência
Dá-me "curare" para beber
Brindarei ao sabor do não saber
E sem saber saberei
Quão bom é não viver!...
Onde nada sentirei...
Fulmina-me!...
Assassina-me!...
Farto ando eu de viajar
Por onde não pertenço
Trata lá do meu finar
Como é mais-que-pretenso!...
E reserva-me um lugar
Sem fim nem começo
Nada mais te peço
Nem precisa ser... Imenso...
Algo a baixo preço
Um T0, isento de berço
Tal qual a minha vida!...
Tal qual a minha morte!...
Tempo!... Vá lá... Bilhete só de ida!...
A bordo de um barco que me aborte!...

Giovanni Rodin

terça-feira, 9 de agosto de 2016

"Paxorra" p'ra isto, pá!

Em conversa com outrem, sim, outrem, pois não existe em mim intenção de nomear certos e determinados indivíduos, pois penso que já lá vai o tempo de fomentar ideais de linchamento ou de um qualquer ajuntamento de gente a fim de estropiar alguém, num magote munido de forquilhas, foices, sacholas ou outros instrumentos agrícolas formando uma leve armada, um pequeno exército especializado em dizimação de diminutas localidades rurais.
Bem, voltando ao cerne da questão. É-me difícil compreender o facto de alguém em conversação amena me tentar explicar o usufruto exagerado da consoante "x" em palavras que padronizadamente não são redigidas com a própria.
A explicação assemelhada a desculpa surge (quase) sempre contígua à expressão "é p'ra facilitar", o que, per se, justifica bastante bem, pois "pressionar" a tecla "x" é muito menos trabalhoso que "carregar" na "s". Ora tomemos o exemplo "não xei" por vez de "não sei" ou até abreviando "n xei" ou "ñ xei" (dando um gostinho castelhano), está na cara que facilita! 
Pronto, provavelmente recorro aqui à utilização de um caso que funciona a meu favor. Bem, vamos esmiuçar isto.
Tomemos agora como exemplo a oração "não xei a q horas xego".
De facto, a priori, parece facilitar, no entanto neste preguiçoso acto egoísta ocorremos facilmente no erro fulcral de não pensar nas diferentes maneiras em que diferentes entes tendem para uma diferente leitura da própria consoante.Não reneguem já o raciocínio.
Há gente, muito bem, que lê na sibilante, "s", porém existem também lendo a mesma como uma junção de consoantes e vogais, nomeadamente "cs", "quese", "que-se", "ch", ou "tch", não esquecendo as que assimilam como "z", raros casos, todavia existem!
Não será de um egocentrismo enorme assumir que todo o mundo lerá tais barbáries ortográficas de igual modo? Sim, podem perceber pelo sentido , claro, mas não seria bem mais altruísta perder esses 1.7 segundos por premissa em prol de um mundo melhor?
Bem, melhor será um pouco exagerado... Um mundo mais correcto, em ambos os sentidos da palavra.
Finalizo com uma simples reflexão:
- "Penchem profundamente xé este o tipo de pechoas que dezexamocs para o futuro do nocso pequeno paíx... Poics, zatinho, não é?
Paçorra p'ra isto pá!"

Sérgio Rodrigues