Não me levas?
Sara-me da ânsia, revolta
Re-volta à inexistência
Sem luz nem trevas
Cura-me da sapiência
Dá-me "curare" para beber
Brindarei ao sabor do não saber
E sem saber saberei
Quão bom é não viver!...
Onde nada sentirei...
Fulmina-me!...
Assassina-me!...
Farto ando eu de viajar
Por onde não pertenço
Trata lá do meu finar
Como é mais-que-pretenso!...
E reserva-me um lugar
Sem fim nem começo
Nada mais te peço
Nem precisa ser... Imenso...
Algo a baixo preço
Um T0, isento de berço
Tal qual a minha vida!...
Tal qual a minha morte!...
Tempo!... Vá lá... Bilhete só de ida!...
A bordo de um barco que me aborte!...
Giovanni Rodin
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