terça-feira, 9 de agosto de 2016

"Paxorra" p'ra isto, pá!

Em conversa com outrem, sim, outrem, pois não existe em mim intenção de nomear certos e determinados indivíduos, pois penso que já lá vai o tempo de fomentar ideais de linchamento ou de um qualquer ajuntamento de gente a fim de estropiar alguém, num magote munido de forquilhas, foices, sacholas ou outros instrumentos agrícolas formando uma leve armada, um pequeno exército especializado em dizimação de diminutas localidades rurais.
Bem, voltando ao cerne da questão. É-me difícil compreender o facto de alguém em conversação amena me tentar explicar o usufruto exagerado da consoante "x" em palavras que padronizadamente não são redigidas com a própria.
A explicação assemelhada a desculpa surge (quase) sempre contígua à expressão "é p'ra facilitar", o que, per se, justifica bastante bem, pois "pressionar" a tecla "x" é muito menos trabalhoso que "carregar" na "s". Ora tomemos o exemplo "não xei" por vez de "não sei" ou até abreviando "n xei" ou "ñ xei" (dando um gostinho castelhano), está na cara que facilita! 
Pronto, provavelmente recorro aqui à utilização de um caso que funciona a meu favor. Bem, vamos esmiuçar isto.
Tomemos agora como exemplo a oração "não xei a q horas xego".
De facto, a priori, parece facilitar, no entanto neste preguiçoso acto egoísta ocorremos facilmente no erro fulcral de não pensar nas diferentes maneiras em que diferentes entes tendem para uma diferente leitura da própria consoante.Não reneguem já o raciocínio.
Há gente, muito bem, que lê na sibilante, "s", porém existem também lendo a mesma como uma junção de consoantes e vogais, nomeadamente "cs", "quese", "que-se", "ch", ou "tch", não esquecendo as que assimilam como "z", raros casos, todavia existem!
Não será de um egocentrismo enorme assumir que todo o mundo lerá tais barbáries ortográficas de igual modo? Sim, podem perceber pelo sentido , claro, mas não seria bem mais altruísta perder esses 1.7 segundos por premissa em prol de um mundo melhor?
Bem, melhor será um pouco exagerado... Um mundo mais correcto, em ambos os sentidos da palavra.
Finalizo com uma simples reflexão:
- "Penchem profundamente xé este o tipo de pechoas que dezexamocs para o futuro do nocso pequeno paíx... Poics, zatinho, não é?
Paçorra p'ra isto pá!"

Sérgio Rodrigues

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