sexta-feira, 16 de junho de 2017

So(m)bras

O desplante
De analisares
Sombras de frente
A um errante
De visares
Díspares
Que nelas deambula
É (quase) tocante,
Mas é também a gula
De tentares
Ver algo que não compreendes!...

Eu respirei as sombras
Apirei su' dor
Arfei seus escombros
Inaleisuas sobras
Fumei seu ardor
Carreguei-as nos ombros
Exalei suas almas
De penumbra... Zumba!...
E mesmo assim tentarei
Tentar-te-ei sequer... Ei!...
A experimentar
Seu desesperado lacrimar

As sombras caminham em si,
Nas sombras ,e, quando pensas
Tê-las...
Não as tens
Do que destruí,
E, do que diluí
Vais e vens...
Quando pensas tê-las expurgado
É aí que o caldo está entornado
É quando as tens mais impregnadas
Em ti... E te esganam, sem "lufadas"!...

Para comunicares com elas
Precisas:
Com precisão
Alienar-te a um certo estado
À mesma distância
Do chão
E do céu... Isolar a relevância
E o fado...
Sentir o maculado
O imaculado
E nesse mesclado
Puro e cego
Sentir tudo!...
Menos o crestar d' um fogo
Gritar mudo
E ser ouvido
Não ser um ser
Sumir sem saber
E sem mexer
Ser-se movido!...
Estar gélido, em sarça ardente
Não ter um único amigo
Não ter umbigo
E ser-se amigo de toda a gente!...

DEmogórgon


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