segunda-feira, 28 de maio de 2018

Aedo, cedo!...

Sugeriste em mim
A reminiscência
Surgist'em mim
E, sem ciência
Sentaste-te assim
Assinand'o fim,
Porém
(Talvez) Por bem
O contínuo em decadência
Da fragrância da vida,
Sem entenderes
Qu'a mesma deve ser sentida
Mais do que vivida
Vívida, lívida, perdida!...
Em teus afazeres
Perdend'o toque leve
Dos mais belos seres
Dos quais sou almocreve
Se... Tch... Se d'algo serve:

Não te culpo
Não te bajulo
Nem te culpo
No vinho qu'engulo

[Nem t'esturpo    [Não te sei, sequer
Nem te desosso    Não t'agouro
Não te furto          Nem o há se quer
Não te posso]    Nem o fá, nem ouro]

[Voltar atrás,         [Contudo,
Querer,                    Se não asso
Não m'apraz           Estudo
(Não) ver!...]      És tudo, erro crasso]

Onde sujeitos deambulam,
No preâmbulo, sabia-o eu
Gárgulas que me degolam
Sigo-te com'Orfeu
Ao Hades
D'onde voltar não hás-de...
Que por mui mal me fades
Por bem me trazes
Assim hei-de
Colmatar mias meias mesmas frases!...
Piu, piu... E pio,
Piarei aos estros o desvio
Coração belo
Estômago bélico
Do quanto grelo
Definharei télico
Por ti, Portus!... Por um fio
Apaga-s'o pavio
Parto com brio
Brilho em e no estio
Nem calor, nem frio!...

Sérgio Rodrigues

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