quarta-feira, 4 de junho de 2014

Omnes Omnibus

Que desprezo do destino
É este em que me esmorece
A piedade da prece
O peso deste pecado
Desde menino
Tamanho fardo
Quase daria um fado
Se o fado mo quisesse
Mesmo que esse
Fosse dado!...
Que se foda tanta estupidez
Cônjuge da insensatez
Num rol lésbico e leviano
Bis, bis, bis!
Desde "Gregório" a "Dinis"
À Santa Mãe meretriz
Farão teatro todo o ano
Bajuladores dos nobres
Tornam clássicos
Em teatros de "revista"
Gozam com os pobres
Pois além de pobres sois básicos
Dejectos de artista
Uma mescla torpe
Que deturpa a vista
P´ra vós é demasiado boa a morte
Ou simples viagem
Com Caronte!...
Fingem preocupar-se com outrem
E batem de fronte
E no fundo
Não são ninguém!...
Perdoa-me Musa
Porém, ah! Há dor em meu mesmo mundo
Que nem sequer aguento o exterior
A ira me usa
Usarei a melhor puta que posso usar
Ao meu dispor
Única que meu dinheiro possa pagar
Seu nome é bebido, seu corpo, pouco peito!...
Mas tem intento puro e levar-me-á ao leito!...


AEDO