quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Botequim

Já sentia saudades,
Pensamentos perdidos entre si
Mentiras e verdades
Retomo ao local onde morri
Só como observador
Imparcial e controlado
Nefasto, vil roedor
Necrófago e mutilado
Abraçado pela doce vida
Odor fétido no esgoto, meu lar
Onde pertenço, casa querida
Vivo morto sem a querer renegar
Sou o que sou, um demónio sujo
Profanamente puro, sou assim
Pródigo vivi muito do que fujo
Contudo, tudo é novo p'ra mim!

Sérgio Rodrigues

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ampulhetas

Tudo negro à minha volta
Todo eu sou cinzento
Fatídico demo que me escolta
Calor gélido do vento,
Merda, tanto orgulho
Fode a podridão mental
Puta de dor no mergulho
No salto que correu mal,
Talvez sorte macabra
Cabra sortuda, erma
Lúdica, pudica cabra
Arada de esperma
Que a vida te providencia
No tempo avaro que não te acode
Porque só a vida fria fia
O caralho do destino que te fode!

Sérgio Rodrigues