terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Todo tu, totalmente orate, ora!

Tenho as entranhas
Viradas do avesso
Posso ser um diabrete, Almocreve
Um miúdo travesso
Por vezes leve
Ou até, levado da breca...
Qual é o penado que não peca?
Porque dóis, meu amigo âmago?
E me ruminas este éter amargo?
Não vou desistir do fado
Logo quando ele me completa
Já desisti do arrependimento
Do logro Sado
Do sadio choro lento
E da conversa da treta!...
-Musa, sabes de que matéria sou feito
Por isso te digo o não sou,
Não sou um joguete, nem perfeito
Não sou o que o vento levou
Nem o que vai com o vento
Não sou maldoso por intento,
Nem sequer sou o mais atento...
Atenta:
-Sou humano e alienígena
Forte, tanto quanto fraco
Caçador, presa e hiena
Sou Atena e Baco
Sou uma bacorada do universo
Um livro aberto
Páginas brancas, excepto o verso
Idiota, imbecil e esperto
Apartado da realidade
Rimo em verso
Verto piedade
E nela imerso,
O inverso
Do persa no tapete "allado"
Despronti-personificado
Crápula de gramática
Um zero um de matemática
E matemático de junco pilhado!...
Em suma, um amotinado
Desregrado!...


Demogórgon Arion