Tenho as entranhas
Viradas do avesso
Posso ser um diabrete, Almocreve
Um miúdo travesso
Por vezes leve
Ou até, levado da breca...
Qual é o penado que não peca?
Porque dóis, meu amigo âmago?
E me ruminas este éter amargo?
Não vou desistir do fado
Logo quando ele me completa
Já desisti do arrependimento
Do logro Sado
Do sadio choro lento
E da conversa da treta!...
-Musa, sabes de que matéria sou feito
Por isso te digo o não sou,
Não sou um joguete, nem perfeito
Não sou o que o vento levou
Nem o que vai com o vento
Não sou maldoso por intento,
Nem sequer sou o mais atento...
Atenta:
-Sou humano e alienígena
Forte, tanto quanto fraco
Caçador, presa e hiena
Sou Atena e Baco
Sou uma bacorada do universo
Um livro aberto
Páginas brancas, excepto o verso
Idiota, imbecil e esperto
Apartado da realidade
Rimo em verso
Verto piedade
E nela imerso,
O inverso
Do persa no tapete "allado"
Despronti-personificado
Crápula de gramática
Um zero um de matemática
E matemático de junco pilhado!...
Em suma, um amotinado
Desregrado!...
Demogórgon Arion