segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Opsimatia

Do Édipo ao síndrome
Amo-te mãe! Cuja
Me deu nome

Bruma suja
Areal intruja,
Sabuja!...
Deixem meu eu
Incólume!...
Ser o lume
Desse breu
Tão solitário
Lobo que sou
Desértico dromedário

Nume?! Onde estou?

Socalco d'um numerário
Num amontoado
De bis... Bis...
Bisonte desterrado
Viso o mote alado
Quis (Deus)... Por um triz
Ser abençoado

Deixai-me ser...

Não necessito sociabilidade
Nem correr
Atrás da promiscuidade,
Da efemeridade

Deixai-me o ópio

Suportar outrem?
Não aguentarias
Cinco minutos comigo próprio!...

Além!

Iguarias
Quinquilharias
Rias
Quim, que te rias
Do próprio flagelo
Gargalha cubos de gelo
Inertes na tu'bebida
Mais penada que sofrida
Liquefeita na tu'sina
Que tu criaste
Que tu... Rotina
Que tu geraste
E desgastaste
Traste...
Triste...
Ris-te
Do logro alheio
Do receio
Recreio
Labor
Sabor
Recheio
Anseio
Ardor
E nada importa!...

O barco partiu
A chuva caiu
O vento cambou
O alarme soou
E a imagem da comporta
Foi o que restou
Dos teus pés húmidos
No cais... Contidos
Húmus idos!...

Um bilhete na mão
Um botequim no canto
Um sangue no chão

Bebida no manto
São tu'única solução
Soluça então
Mas baixinho
No ponto alto do balcão
A-dor-me-cido-zinho!...

Aedo Árgon