domingo, 14 de dezembro de 2014

VIDA PUTATIVA

Vida tronga que me estupras
És tu quem prasma e me desossa
Nossa! A quem supras
Sopras-lhes e chupas
Que nem barregã de fossa!...
Aos simples furtas
Autuas, apupas e culpas

Será por ventura a felicidade
Um pecado capital?
É mal?!... Viver a idade
Vivenciar a verdade
De ser "Ser" feliz afinal?!...
Àqueles que... Pá, Que se fade!...
Aos que tratam com Satã? Não há saturabilidade!...

Aedo
(Bradando aos ventos em tom elevado, enervado tom de discórdia, onde tudo é vão!... E ventoso também!...)

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Bebendo para heúreka

Por vezes, um vinho vinga
No supérfluo
Fico super fulo
A quanto mais pinga
Entorno-O e engulo

Degluto-O como sumo
A maior dádiva dos Deuses!
Hipócritas esses!...
Seres do mais alto consumo
Até de preces por vezes...

Por vezes, vozes dos piores
Entes docentes
Dementes mentes indecentes
De superiores maiores
Mais falsos seres!

Degluto-O com prazer
Esse vinho, licoroso amor
Liquefeito prior
D'arte de me beber,
Lembra-me de me esquecer!...

Aedo, sonhando acordado com XI, FA e SI, afogando tais fantasias em tinto síncrono!...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Omnes Omnibus

Que desprezo do destino
É este em que me esmorece
A piedade da prece
O peso deste pecado
Desde menino
Tamanho fardo
Quase daria um fado
Se o fado mo quisesse
Mesmo que esse
Fosse dado!...
Que se foda tanta estupidez
Cônjuge da insensatez
Num rol lésbico e leviano
Bis, bis, bis!
Desde "Gregório" a "Dinis"
À Santa Mãe meretriz
Farão teatro todo o ano
Bajuladores dos nobres
Tornam clássicos
Em teatros de "revista"
Gozam com os pobres
Pois além de pobres sois básicos
Dejectos de artista
Uma mescla torpe
Que deturpa a vista
P´ra vós é demasiado boa a morte
Ou simples viagem
Com Caronte!...
Fingem preocupar-se com outrem
E batem de fronte
E no fundo
Não são ninguém!...
Perdoa-me Musa
Porém, ah! Há dor em meu mesmo mundo
Que nem sequer aguento o exterior
A ira me usa
Usarei a melhor puta que posso usar
Ao meu dispor
Única que meu dinheiro possa pagar
Seu nome é bebido, seu corpo, pouco peito!...
Mas tem intento puro e levar-me-á ao leito!...


AEDO

segunda-feira, 26 de maio de 2014

AL-COOL

Temeram, oh Musa, por ventura
Por perda de meu lado tétrico?
Temerário paladino da loucura
É meu meão nome!... Nem candura
Nem pompa anafada e pura
Primo por pobre modo métrico!...

Premoção no pérfido poeta
Por projéctil alvejado
Nem pinga de sangue jorrado
Pinga-amor?... Só "pingado"
"A martelo" do forreta
"Generoso" ou "fino", só dado

Saúde!... Brindemos
Àquele que deixará saudade
Bebam enquanto o temos
E está em termos
Pois em tempos
Foi bom comparsa de verdade!...

 AEDO, de S. para A.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Ornithoptera Alexandrae

Oh, musa?...
Quanto custa amar alguém?...
No custa-abusa
Ser nota fusa, FUSA!...
A custo de ninguém
Um fusto de tusa
Imposto mais além
Na cabeceira do epitáfio
Um busto
E uma nota de cem
Sem sémen sáfio
Safado sáfaro
Um susto
De gente
Proibitivo semáforo
Somente
Exaurir!...
Esvair!...

E assim me vou exaurindo
Absorto no aziago fado
À topada por caminho inverso
Compungido em pobre verso!...

AEDO

segunda-feira, 17 de março de 2014

Ab-sinto

A minha musa é negra
E sorri... Tão belo sorrir
Desprovido de regra
Seduz-me o ser!...
Despida, faz-me vir!...
Sem querer
Ilumina-me tanto
Que me cega
Almejo o canto
Do meu coração enquanto
Ofega
Sôfrega pega
És tão perfeita quanto a perfeição
Minto!...
És mais perfeita ainda, és o não
Na negação
Do instinto!...

És a única que me resta
No resto do vinho tinto
Uma perdição!... A triste festa
De tequila e absinto
Que afaga o quinhão
A paga do meu "não-enlouquecer"
E imagino tua mão
Fazer-me estremecer de prazer
E a gemer
Ainda grito teu nome
À noite, lavado em choro!...
Não valho um estalo
Estalo de fome
Rebolo ressacando teu soro
Meu reino por um "cavalo"!...

Subsisto imerso
Visando teu olhar
Tua desejável tez
Morto em verso
Acoita.me deste turvo mar
Ou então abate-me de vez!...

AEDO

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Novo astro, estro

Musa, desde já me esmero
A desculpar as vozes
De meu intento por silêncio vero
Padecer de preces atrozes
A nós nozes crestadas de Nero

Tomo-te como nume
Num ermo rastreio
Furtivo por receio
De ser Nemo em lume
Mesmo sendo estrume
Mais ínfimo que um sema
Vendido à dezena
Como monarca de "lena"
Compêndio do problema
Simplório de um só lema
Lamento só não ser
Um estático estado à tu' mercê
Pois ser sem ti, Não é ser "per se"
Não é sequer ser, é descer
Ao limiar do"orto" repleto
Totalmente néscio plagiado
Infame por completo
Um nome de renome renegado
É...sofrer amaldiçoado
E gritar...amordaçado

Só me resta clamar
A teu semblante intenso
No olhar, um mar!...
No maravilhar, imenso!...

AEDO