terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ajuda irrelevante

Corro em socorro de ninguém,
Ajudando o sonhar importunado
Percorro o morro do além
Que jaz hirto, fulminado,
Durmo em prados ancestrais
Fulgor rotineiro substancial
Das eras que de tão intemporais
Roçam o limiar do fatal
Sopro de um demónio alado, negro
Como a luz nocturna inconfundível,
Incorporo o mal até ao logro
Dos entes profanados, incorrigível
É minha tentação inata,
Vazia, desprovida do nada
Prazer de quem mata
O ancião com barbas de fada...
E rio bem alto, num tom inaudível
Regozijo de gozo em não ter sentido
Encaro a face do impossível,
Uma bomba destrutiva num mundo já destruido!
Sentado numa varanda aleatória,
Um cigarro, apreciando o mar
Sem medo, sem dor, sem memória
Ouço o holocausto apocalíptico chegar!...

Sérgio Rodrigues

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