segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Casus in silvis

 Porque me seduzes,

Musa?! 

Sei o quanto não te agrada, 

Mas não abuses,

Abster mea tusa?!..

Por muito que do bosque sejas fada..

É meo poema, faço com'm'aprouver

Denomino-te como quiser!..


Enfim.. 

Desbravo os bosques

Na busca do teu néctar!..

E tu, sim!

Tu!.. Que me subjugas os toques

Lascivos do meu éter

Derribo-te num manto de folhas,

Enquanto teu corpo me avassala

Porquê me tentar às escolhas

Se meu âmago por mim fala

Porque não nos resistimos?!..

Pois não somos asininos


Explico o meu lado..

Toda tu és o raio maldito d'uma perdição!..

Porra de fado!..

Forjada da mais bela carnação,

Munida de garras níveas

Tão belas quão demoníacas

Olhos explosivos, 

Que me crestam a alma..

Tão belas presas e incisivos

Que me dilaceram de prazer..

Dedo preciso que me palma

Que me transmutam a teu pascer

Como se fosse pedaço de miasma

Um sorriso ardente que me pasma

Guarnecida de cérebro orate

Apraz-me, nem que me mate

És a loucura fiducial

Que amena a minha alienação mental!..


Mas nem matutes em demasia..

Deixa os pensamentos

Viajarem pelos ventos

Numa nortada razia!..


Sérgio Daniel Alves Rodrigues

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