Sinto teu sopro
Dedilhando meu cabelo
Se me contrarias pró
Prosaico me saio
E sem (querer) sê-lo
O sou sem dó
Fulminado pelo
Raio,
Corisco só!...
Com carisma de gaiato
Aparento o desregrado
Rio-me no bambolear
Do perigo
Canto no ribombar
Do fado
Tão triste quanto grato
A mim!... A mim me mato!...
E que é de César? Amigo,
Morto por aparato
Que seja de real quezília
Assassinado,
Ao menos que seja por família!...
"Mait belae apud deae"
O mais belo olhar
Cujo tive o gosto de analisar
De tão teu, às
Deidades sacrificar
Sacrilégio puro
Deificar!...
Não vos aturo
S'em pleno desconjuro
M'acusais de nem rimar
Ser um nó no rumo
Seria eu pescador
Se sem aprumo
Ser pintor
Pudesse eu o mar de castanho pintar
E nele pescar
Atado ao fundo
A foguear,
Moribundo...
Quinaria feliz
O mor-petiz
Perdido ao rubro
Rubricado a ouro
Airoso tesouro
O juro?... Eu cubro!...
Eu juro!...
Sou impuro
Contudo, sou nada
Deixar-te-ia tentar-me a mudar
Sei que nem sabes se me quero salvar
Caminho na estrada
Aproximo-me ao afastar
E tu, meu leito... D'húmus, sal e mar!...
Árion
Sem comentários:
Enviar um comentário