quarta-feira, 10 de maio de 2017

Trio-lo-histeria - acto 1

Como o mar m'arrasta infame
Evoco-te Tálassa
Que me banhas o estame
Estagno em graça,
Recorro à  chalaça
E calo -me!...
Embala-me!...
Olhei Hórus nos olhos
Repousando na margem
D' um Nilo tranquilo
Enquanto o mais belo
Anjo afasta os galhos
Boiantes no degelo
Do tom que anilo
Anil  do meu coração
No Nilo rico d' inquietação!...

Anjo, que te banhas
Admiro as gotículas
Que te vão escorrendo
Pelo corpo de volta  ao rio,
Sendo eu voyeur nunca perverso
Vou esmorecendo
De emoção, estou por um fio
E rio,  rio, rio
Nervosamente, obviamente
Aquando de teu corpo imerso
Trocamos um... O olhar...
Intensamente...
Convidas-me, a chapinhar...
Perplexo, por um momento
Sem vestígio de intento
Iço-me d' uma assentada!
Corro a larga passada!
As roupas voam fora
Imirjo n' água refrescante
E sem demora
Emirjo e respiro! Risos!...
Rapidamente contagiante
E por contágio errante
Dois corpos se abraçam, despidos!...

Biêd Apep (trovado acto primeiro, em prol de L. de seu nome)

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