domingo, 14 de maio de 2017

Trio-lo-histeria - acto II

A água não é fria
O suficiente
Para refrescar
Meu imo ardente
Bendito dia
Em que ele, (impetuosamente)
Participou do meu banhar
Expludo numa infinidade
De sensações vertiginosas
Apesar de su'idade
Su'libido é jovem,
Suando, abraço-lhe o ventre
(Com as pernas)
Ambas me doem
Pouco, plazerosamente
Como se me esventrasse
Sem sequer me tocar
A respiração é ofegante
Como se me eivasse
Ao respirar
O sentir é dilacerante
Difícil o pensar!...
Dado à confluência corporal...
(Se entregam,
Se projetam
Em viagem astral)!...
As faces, lábios e expressão
Enrubescem de crescente excitação
E os olhares se focam um no outro
Não​ há descrição
Do que nutro...
Somos dois insectos
Mergulhados n'água inebriada
Rostos boquiabertos,
Sem saber onde um começa
O outro acaba,
Nada que nos impeça
D'em prazer incomensurável
Num uníssono inadvertido
O culminar atingir
A zénite do mais amável,
Momento indescritivel!...
Os cinco (sentido)!...
Unem-se num só sentido,
Há saliva de beijo a cair
Imaculando o rio
Não há temperatura
Nem calor, nem frio...
Ah, só há loucura! Pura!...
Desce celestialmente um raio saturnino
Selando tal lance divino!...

Biêd Apep (trovado acto segundo, em prol de S. de seu nome)


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