quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"A DUO"

Já idolatrei tua essência
Outrora,
Processo de decadência
Agora,
Almejo tua decapitação
Onze segundos... Observar
Antes de te violar... Olhar
Teu corpo em decomposição
Oh, musa,
Beijar vagarosamente...
Oh, tusa
Curvas deificadas, sente
O ardor gélido permanente
Sim, escarnificação e cortes
Desenhados, várias mortes
Te proporcionei numa só,
Ergo-me
Num salto e sinto um nó,
Vergo-me
Para regurgitar,
Odor nauseabundo
Mundo gira, não pára de girar...
Raio de mundo!
Seguro tua cabeça decepada
Com ambas as mãos, geladas
- Odeio-te, não és nada!
(Minto com todas as palavras)
Ajoelho-me, iço
Um grito "ecoante"
E um riso
Ainda mais trovejante
(Não sabia que chovia...)
- E agora musa? É oco teu olhar,
Chora o rosto que antes ria
Mas é por pouco tempo,
Uma foice não o tarda também em degolar
Sem voz, sem dor, sem lamento,
Contíguos cadáveres sem respirar
Ensanguentados, no pavimento!...

Sérgio



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